Frequentemente, nossos bichinhos necessitam passar por um procedimento cirúrgico. Seja um procedimento simples ou complexo, um sentimento muitas vezes bate no peito dos tutores: o medo da anestesia. Para mais segurança aos procedimentos, conheça a importância do médico veterinário anestesiologista.
Esse medo, geralmente, vem de alguma história de pessoas ou pets que tiveram alguma intercorrência durante um procedimento cirúrgico, ou simplesmente pelo fato de desconhecerem (o que é absolutamente normal) como é realizada a anestesia.
Evidente que todo procedimento cirúrgico/anestésico têm seus riscos de complicações. Uns mais, outros menos. Riscos esses que são minimizados quando se escolhem profissionais capacitados e especializados em suas áreas específicas.
Muitos de vocês já devem ter levado seu pet a algum médico veterinário especialista, como por exemplo, oftalmologista, ortopedista, neurologista, oncologista, dentista, entre outros.
O que todas estas especialidades têm em comum é que, a partir do momento que seu pet passará por alguma cirurgia com algum deles, um segundo médico veterinário especialista entrará em cena: o veterinário anestesiologista.
Entenda sobre o veterinário anestesiologista
O médico veterinário anestesiologista é o profissional capacitado que ficará responsável em avaliar seu bichinho antes, monitorá-lo durante e garantir uma boa recuperação após a cirurgia.
Ele estará zelando e cuidando da vida do paciente, promovendo a inconsciência, a analgesia e o relaxamento muscular, itens fundamentais para que o cirurgião possa trabalhar com tranquilidade e para que o paciente desperte da anestesia sem dor, confortável e com a integridade de suas funções orgânicas.
Hoje em dia, dispomos de equipamentos, fármacos e técnicas anestésicas que tornam o procedimento anestésico seguro, reduzindo muito o número de complicações relacionadas com a anestesia, desde que seguidas as orientações e realizados os exames solicitados pelo seu veterinário de confiança.
Papel do anestesiologista
Hoje em dia, o papel do anestesiologista dentro da equipe cirúrgica vai bem além do transoperatório.
A partir da marcação da cirurgia, o anestesiologista já vai estar atento a muitos detalhes, como a orientar a respeito do jejum prévio e solicitação de algum exame específico para determinado caso.
Alguns pacientes necessitam de cuidados importantes antes da cirurgia. Exemplos disso são pacientes desidratados, hipotensos, com dor.
Esses pacientes deverão ser estabilizados, caso possível, antes da cirurgia, e o anestesiologista pode orientar a respeito destes tratamentos prévios. Estando tudo em ordem, momentos antes da anestesia, o paciente ainda passará por uma avaliação física, onde serão avaliados parâmetros básicos, com temperatura corporal, pressão sanguínea, frequência cardíaca e respiratória, coloração de mucosas, qualidade do pulso, temperamento do paciente, entre outras.
Com todas estas informações a mão e com o histórico do paciente, o anestesiologista fará a escolha pela melhor técnica e fármacos anestésicos para o aquele caso específico. Podemos optar por uma anestesia loco-regional, dissociativa, inalatória, intravenosa total ou por uma combinação delas.
Não existe receita de bolo ou fórmulas prontas. Cada paciente deve ser individualizado, respeitadas as características da espécie (cães e gatos são muiiiito diferentes) e do momento em que aquele paciente se encontra.
Protocolo escolhido? Agora sim podemos anestesiar nosso paciente!
Neste momento, a monitoração é fundamental, seja ela através de monitores multiparamétricos ou de nossos sentidos (visão, audição, tato). Através da monitoração que vamos avaliar a qualidade da anestesia, a necessidade de mais ou menos anestésico ou analgésico, de melhorar a oxigenação, a temperatura, a pressão, o ritmo do coração e da ventilação dos nossos pacientes.
Atualmente, dispomos de equipamentos que nos ajudam e tornam nosso trabalho mais preciso, como os já citados monitores multiparamétricos, bombas de infusão, ventiladores mecânicos e até mesmo aplicativos para smartphones/tablets que auxiliam nosso dia a dia, mas que, vale ressaltar, nunca deverão substituir a nossa presença na sala de operação.
Afinal de conta, todas estas informações geradas devem ser interpretadas por nós, anestesiologistas, para que possamos escolher a melhor conduta a ser tomada.
Após terminada a cirurgia, o veterinário anestesiologista vai acompanhar a recuperação do paciente até ele estar apto a ser liberado para os cuidados da internação. Fará também o protocolo analgésico para as próximas horas e, caso necessário, também ajudará na prescrição de demais medicações.
Considerações
Este texto mostra um “resumo” do trabalho do anestesiologista. Um trabalho de grande responsabilidade e complexidade, mas que quando realizado por um profissional especializado e capacitado, torna tudo isso mais fácil e seguro.
Caso você tenha muitas dúvidas ou esteja muito inseguro, agende uma consulta pré-anestésica ou, ao menos, peça para conversar com o anestesiologista antes do procedimento.
Assim, você poderá tirar dúvidas e ele explicará como será conduzida a anestesia do seu pet.
Médico Veterinário Rodrigo Corrêa da Rosa
CRMV-RS 8880
Formado pela UFSM, residência na ULBRA com ênfase em clínica médica
Especialização em Anestesiologia pelo Instituto Qualittas
Sócio-proprietário da empresa Evet Anestesia Veterinária
evetanestesia@gmail.com